segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

AMAMENTAÇÃO





Amamentação Um ato de amor

Todos conhecemos as virtudes do leite materno. Mas o que poucos sabem é que além de proporcionar defesas para o organismo infantil, a amamentação também outorga “imunidade afetiva”.

A amamentação cria um vínculo de maravilhosas possibilidades entre a mãe e o filho, uma relação de amor, de enriquecimento mútuo, porque é um canal de diálogo entre ambos. Primeiro, o vínculo será mamã-bebé, logo mamã-bebé-papá e demais membros da família, e assim se irão produzindo as marcas vinculares que se sucedem ao longo de toda a vida. A palavra vínculo encerra, então, a história da vida de uma pessoa em relação aos demais.

Os primeiros vínculos
As primeiras experiências vinculares – gestação e infância – deixam marcas que se projectam na vida de cada um com uma força singular. Cada ser humano leva em si uma sucessão de experiências vividas intensamente desde a concepção. Falar de vínculo como algo que começa no nascimento seria negar as riquíssimas experiências prévias da mãe e do filho durante a gestação. Quando a mulher tem um filho ele já a conhece, porque esteve a viver no seu interior. Então, reconhece o seu cheiro, os seus ruídos, as batidas do seu coração, o seu calor.
Do cordão umbilical ao peito
Antes de nascer, o bebé alimentava-se através do cordão umbilical, no momento preciso, com a medida de que necessitava, e não era necessário pedir à mamã porque recebia o que necessitava. Acontece o mesmo na amamentação. O peito é o cordão umbilical externo, porque através do peito a mãe responde da mesma maneira. Ela sente e regista com muita facilidade, por isso é natural que saiba o que o seu bebé necessita. Falar de relação vincular a partir da amamentação não significa estabelecer comparações, ou seja que é melhor ou pior, nem muito menos criar culpas naquelas mamãe que, por diversas razões, não podem amamentar o seu filho. Pelo contrário, trata-se de referir as características positivas que suportam a amamentação. E é muito tranquilizante e estimulante pensar que o ser humano é livre e pode sempre “aperceber-se” e modificar ou reparar as suas condutas.
Imunidade emocional
Em princípio, se passamos revista aos componentes bioquímicos e imunológicos do leite materno, não podemos fazer menos do que nos maravilharmos perante os benefícios que aportam o bebé. Diz-se, por exemplo, que o leite da primeira etapa (o colostro) é “ouro líquido”, porque provêm defesas contra todas as doenças infecto-contagiosas. O leite materno, portanto, tem virtudes imunológicas. Mas há outros componentes que vão mais além da composição do leite e que enchem as necessidades mútuas de alimento afectivo e comunicação. A amamentação confere também “imunidade emocional”, precisamente pela importância desse vínculo que se cria desde que nasce. Porque não pensar, então, que dar de mamar é imunizar o bebé contra todas as doenças emocionais que o ser humano sofre quando não teve uma segurança emocional e afectiva desde o princípio?
A criação não tem relógio
A amamentação é dar e receber: o bebé recebe muitíssimas coisas, mas a mamã também. A mãe que amamenta vê reconfirmada a sua capacidade de continuar a dar vida através do alimento que o seu corpo produz. A relação amorosa que se dá com a amamentação é muito gratificante para ambos. O bebé estimula a sua mamã, e outro tanto acontece com a estimulação sensorial, afectiva e psicomotora que a mãe provêm ao bebé quando o amamenta. Por outro lado, a experiência amorosa implícita é tão gratificante que a mãe modifica sem um esforço maior a sua necessidade de tempo pessoal para dar um lugar especial às necessidades do seu filho, porque ela sente-se satisfeita de poder satisfazê-lo. A criação “não tem relógio”. A amamentação é de livre demanda: o bebé pede e a sua mamã dá. Dar a um bebé o que ele necessita não é criar mal, mas sim abastecer as suas necessidades e carências.
Da dependência à independência
Particularmente no primeiro ano de vida, o bebé tem uma necessidade intensa de estar com a sua mãe, tão básica como a necessidade de alimento. E a única comida é o leite materno, até que o bebé evidencie sinais de precisar de outros alimentos. O recomendável é dar-lhe esse primeiro alimento sólido quando a criança for capaz de se sentar e enfrentar sozinho o prato. É inútil tentá-lo antes pretendendo acelerar processos, já que ele não está preparado fisiologicamente nem mentalmente, e é importante respeitar os seus tempos. Pouco a pouco, essa dependência da mamã irá convertendo-se numa independência cada vez mais forte. Porque as crianças amamentadas são, inclusive, crianças que se conectam melhor com os demais, de um modo não agressivo, pois foram educados no amor.
Uma tarefa maravilhosa
Uma sugestão final: não há que esquecer a prevenção. Se a mulher consultar um especialista desde a gravidez, receberá a ajuda necessária para que ao chegar ao momento, possa amamentar com êxito. É importante informar-se e apreender conhecimentos que facilitem o “trabalho”. Porque se trata, definitivamente, de uma “tarefa” maravilhosa: dar e receber amor.
O peito é o cordão umbilical externo. Através do peito, a mãe satisfaz as necessidades do seu filho, da mesma forma que o fazia durante a gestação.
















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