sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

EM 2011



Eu não quero ver o mundo pelos seus óculos cisudos, por sua retina morta e sem sonhos.

Eu quero ver o mundo pelas lentes do meu caleidoscópio, onde cada erro meu pode ser visto, não com a dor negra do arrependimento, mas com as cores vibrantes de quem aprendeu mais uma lição!

Eu não quero me condenar ao sofrimento eterno das dores de um passado distante.

Eu quero a liberdade de sonhar e crer nos sorrisos de amanhã.

Eu não quero a devoção cega de joelhos em um templo, onde não há respostas para minhas perguntas.

Eu quero a paz da minha fé nas estrelas, na lua e no sol, mas quero acima de tudo a leveza do meu ser passeando pelas brumas dos sonhos enfeitiçados pelos deuses que me acompanham, me guiam e regem minha alma.

Eu não quero os fogos de artifício...não são estrelas verdadeiras.

Quero o brilho dos olhos dos que amam verdadeiramente, iluminando minha estrada.

Eu não quero as taças se tocando num brinde vazio e sem promessas.

Quero beber no gargalo da vida e me embriagar das palavras dos poetas.

Eu não quero a paz do branco na virada do ano e corações cheios de rancor e mágoas.

Eu quero o vermelho da paixão vibrando em minha pele e meu coração.

Eu não quero o dourado da fortuna trazendo valores infundáveis e egoístas.

Eu quero o azul do céu, onde estrelas brilham sem nos cobrar nada.

Eu não quero chorar a ausência de quem não quer estar presente.

Quero celebrar a presença dos que preenchem meu coração.

Eu não quero a casa cheia de passos por todos os lados, buscando o nada.

Eu quero o silêncio das linguas cansadas e o som forte dos corações.

Eu não quero conhecidos me desejando felicidades falsas.

Eu quero amigos abraçando e tocando coração com coração, numa silenciosa sinfonia de AMOR!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010





Metade
(Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.









quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Convite para uma oração xamânica

 Eu estava pensando no fim de ano e de como temos de ser gratos por mais um ano vivido, mesmo com todas as dificuldades que possam ter havido, tenho certeza que as bençãos foram em maior quantidade, senão no mínimo em melhor qualidade.
Penso em como a vida é maravilhosa, em como as vezes somos tolos em apenas reclamar de nossos dias, de nossos parceiros, filhos, trabalhos, etc...como reclamamos de tudo o que nos acontece...esquecemos sempre das coisas boas e apenas pedimos ao Sagrado coisas e mais coisas, sem ao menos consultar nosso mais profundo interior para nos certificarmos de que realmente precisamos disso ou daquilo. esquecemos de agradecer por não termos dor, como muitos que estão enfermos nas camas dos hospitais; como somos abençoados por termos um teto para nos proteger do frio e da chuva, da cama que nos aconchega toda noite, dando-nos o descanso necessário para mais um dia que virá; esquecemos de ser gratos pelo alimento que que mata nossa fome e nutre nosso corpo físico; esquecemos que somos lembrados nas orações das pessoas que nos querem bem, mesmo que essa pessoa seja apenas uma: nossa MÃE, não importa quantas pessoas oram por nós, mas o valor desta oração.
Esquecemos de agradecer por ESTARMOS VIVOS e podermos apreciar O PERFUME DAS FLORES, O CALOR DO SOL, A BELEZA DA LUA, O CHEIRO DE TERRA MOLHADA LOGO APÓS A CHUVA, O SORRISO DOS NOSSOS FILHOS...
Então nesse momento eu te convido a fazer essa oração de pura GRATIDÃO:
Abençoados sejam todos.
 
 
 
 
"A nossa gratidão para a Mãe Terra que navega segura no dia e na noite e para o seu rico, raro e doce solo.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão para as Plantas, para as folhas de colorido mutante e para as raízes sinuosas que permanecem quietas no vento e na chuva ou dançam na ondulação espiralada das árvores.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
Gratidão para o Ar que sustenta a suave andorinha e a silenciosa coruja ao amanhecer de um novo dia, como o sopro das canções e a brisa do claro espírito.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão para os seres selvagens que são também nossos irmãos, que nos ensinam os mistérios e os caminhos da liberdade e compartilham conosco  suas vidas com coragem e beleza.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão para a Água das nuvens, dos lagos, dos rios e das geleiras, cristalizada ou liquefeita, fluindo alegre através de nossos corpos as marés salgadas.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão para o Sol que nos acorda ao amanhecer, luz que pode cegar, brilho que pulsa através do tronco das árvores, clareia as neblinas e tremeluz nas grutas quentes onde dormem os ursos e as serpentes.
Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão ao Grande Céu que guarda em si bilhões de estrelas e que vai além de todos os pensamentos e poderes e, no entanto, faz parte de todos nós. Avô Espaço, a Mente é a sua companheira. 

Que seja assim nos nossos pensamentos.
A nossa gratidão aos Antepassados que nos deram a chave da vida e dos mistérios, nosso respeito a todo ensinamento.
Que seja assim nos nossos pensamentos."

 essa oração me chegou por email e achei merecedora de ser compartilhada



oração xamânica - autor desconhecido

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

LITHA - SOLSTÍCIO DE VERÃO





Vamos falar sobre  ritual que ocorre no dia 21 de junho (hemisfério norte) que é conhecido como Litha e marca o primeiro dia do verão – é o dia em que o poder da luz se encontra acima da escuridão, garantindo poder e proteção. Celebra-se nesse dia a continuidade da vida – é sem dúvida alguma mais um momento mágico da Natureza ao nosso redor…
Litha (lê-se Líta) ou Solstício de Verão é quando o Sol está em seu ápice e mantém o seu maior brilho e elevação. O meio de verão, como é chamado, é celebrado pelas bruxas e bruxos pela sua abundância e plenitude no ano, trazendo fetilidade à Terra.
Litha é celebrado por volta de 22 de dezembro no hemisfério sul e por volta de 22 de junho no hemisfério norte. É o dia mais longo do ano, mas que também representa o declínio do Deus Sol. A partir deste dia, os dias vão ficando cada vez mais curtos, até chegarem ao ápice da escuridão no solstício de inverno. Por isso é considerado um marco que assinala o início da metade escura do ano, ao contrário do solstício de inverno.
É muito importante dizer que esta é a época em que ocorre o florescimento do carvalho.
O solstício de verão é tanto um festival de fogo que representa o aspecto de Deus quanto um festival da água que representa o aspecto da Deusa.
A Deusa e o Deus estão no êxtase de sua união e vemos a Natureza cheia de frutos e flores belas. É o ápice do amor entre ambos. A Deusa reina como a Rainha do Verão e o Deus aproveita seu auge, pois depois começará o seu declínio até renascer no inverno.
Devemos nos lembrar que a mudança é a essência da vida, pois tudo carrega dentro de si a semente do seu oposto. O Sol está com seu poder no auge, mas aos poucos começa a declinar. Vida e morte fazem parte de todos os aspectos na Natureza e também de nossas vidas.
Litha revela que após a união da Deusa e do Deus em Beltane, O Deus já está adulto, um homem formado, e tornou-se pai (dos grãos) – ele é o grande responsável pela continuidade da vida. Em sua plenitude e felicidade ele traz o calor do verão e a promessa total de fertilização com o sucesso da fertilização do ventre da Deusa.
 
Nesse momento o Deus, após cumprir a sua função de fertilizador, dá seu último beijo em sua amada e caminha ao país do Verão – utilizando-se o Barco da Morte para morrer em Samhain.

Outros povos também festejavam a abundância do verão com festivais semelhantes: Vestália (Roma), Dia dos Casais (Grécia), Festa de Epona (País de Gales), Thing-Tide (Escandinávia), Alban Heflin (tradição anglo-saxã) ou a Dança do Sol (nativos norte-americanos).
Por causa do solstício, existem os trópicos de Câncer e Capricórnio. No solstício de verão no hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à terra na linha do Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno, ocorre a mesma coisa no Trópico de Câncer.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PORCOS ESPINHOS - UMA RELAÇÃO DIRETA COM O CASAMENTO



Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

texto retirado do Blog do Paulo Coelho
http://paulocoelhoblog.com
ilustrações by Ken Crane

MULHER - JAMAIS PERMITA!


 "Jamais permitas que algum homem a escravize...
nasceste livre para amar e não para ser escrava.

Jamais permitas que teu coração sofra em nome do amor...
Amar é um ato de felicidade, por que sofrer?

Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que jamais fará você sorrir!...

Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado... O corpo é moradia do espírito, por que mantê-lo aprisionado?

Jamais te permitas ficar horas esperando por alguém que jamais virá, mesmo tendo prometido...

Jamais permitas que teu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome tu sequer sabes!...

Jamais permitas que teu tempo, corpo e coração seja desperdiçado por alguém que nunca terá tempo para ti...

Jamais permitas ouvir gritos em teu ouvido...
O Amor é o único que pode falar mais alto!

Jamais permitas que paixões desenfreadas te transportem de um mundo real para outro que nunca existiu...

Jamais permitas que os outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo...

Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente...

Jamais permitas que teu útero gere um filho que nunca terá um pai...
E se tu o gerar saiba que a dádiva da Mãe-Deusa é apenas Tua, crie e eduque teu filho/filha de modo que possa vir a ter força e jamais tema ser mãe solteira; o pecado está apenas na mente dos fracos.

Jamais permitas viver na dependência de um homem como se tu tivesses nascido inválida...

Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar os brilho de teus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de ti...

E, sobretudo, jamais permita-se perder a dignidade de ser mulher!"...

Provável código de honra e moral das mulheres sábias e sacerdotisas celtas.
Para ser utilizado também como um código de conduta e moral feminina entre todas as Mulheres e Filhas da Grande Mãe.

by Luis Rodrigues

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Música de John Lennon sobre as mulheres....





Woman Is The Nigger Of The World (A Mulher é o Negro do Mundo)

A mulher é o negro do mundo
Sim, ela é, pense a respeito
A mulher é o negro do mundo
Pense a respeito. .. faça algo contra isso


Nós fazemos ela pintar o rosto e dançar
Se ela não quer ser nossa escrava, dizemos que não nos ama
Se ela é sincera, nós dizemos que ela está tentando ser um homem
Enquanto botamos ela para baixo, fingindo que ela está acima de nós


A mulher é o negro do mundo, sim ela é
Se não acredita em mim, olhe para a que está com você
A mulher é o negro do mundo
Ah , melhor gritar a respeito disto


Nós fazemos ela parir e criar nossos filhos
E depois a deixamos feito uma velha e gorda mãe galinha
Nós dizemos a ela que o único lugar onde ela deveria estar é em casa
E depois reclamamos que ela é provinciana demais para ser nossa amiga


A mulher é o negro do mundo, sim ela é
Se não acredita em mim, olhe para a que está com você
A mulher é o escravo dos escravos
Sim (Pense a respeito)


Nós insultamos ela todo dia na TV
E maravilhosamente perguntamos porque ela não tem coragem e
confiança
Quando ela é jovem, nós matamos seu desejo de ser livre
Enquanto dizemos para ela para não ser tão esperta
A botamos para baixo por ser tão boba.


A mulher é o negro do mundo , sim ela é
Se não acredita em mim, olhe para a que está com você
É melhor gritar a respeito


Nós fazemos ela pintar o seu rosto e dançar
Nós fazemos ela pintar o seu rosto e dançar
Nós fazemos ela pintar o seu rosto e dançar
Nós fazemos ela pintar o seu rosto e dançar

DOULAS










  O que significa "doula"

A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto.
Antigamente a parturiente era acompanhada durante todo o parto por mulheres mais experientes, suas mães, as irmãs mais velhas, vizinhas, geralmente mulheres que já tinham filhos e já haviam passado por aquilo. Depois do parto, durante as primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando, ajudando a cuidar das outras crianças.
Conforme o parto foi passando para a esfera médica e nossas famílias foram ficando cada vez menores, fomos perdendo o contato com as mulheres mais experientes. Dentro de hospitais e maternidades, a assistência passou para as mãos de uma equipe especializada: o médico obstetra, a enfermeira obstétrica, a auxiliar de enfermagem, o pediatra. Cada um com sua função bastante definida no cenário do parto.
O médico está ocupado com os aspectos técnicos do parto. As enfermeiras obstetras passam de leito em leito, se ocupando hora de uma, hora de outra mulher. As auxiliares de enfermeira cuidam para que nada falte ao médico e à enfermeira obstetra. O pediatra cuida do bebê. Apesar de toda a especialização, ficou uma lacuna: quem cuida especificamente do bem estar físico e emocional daquela mãe que está dando à luz? Essa lacuna pode e deve ser preenchida pela doula ou acompanhante do parto.
O ambiente impessoal dos hospitais, a presença de grande número de pessoas desconhecidas em um momento tão íntimo da mulher, tende a fazer aumentar o medo, a dor e a ansiedade. Essas horas são de imensa importância emocional e afetiva, e a doula se encarregará de suprir essa demanda por emoção e afeto, que não cabe a nenhum outro profissional dentro do ambiente hospitalar.
O que a doula faz?
Antes do parto a ela orienta o casal sobre o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais variadas formas.
Durante o parto a doula funciona como uma interface entre a equipe de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares e atenua a eventual frieza da equipe de atendimento num dos momentos mais vulneráveis de sua vida. Ela ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento, etc..
Após o parto ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.
A doula e o pai ou acompanhante
A doula não substitui o pai (ou o acompanhante escolhido pela mulher) durante o trabalho de parto, muito pelo contrário. O pai muitas vezes não sabe bem como se comportar naquele momento. Não sabe exatamente o que está acontecendo, preocupa-se com a mulher, acaba esquecendo de si próprio. Não sabe necessariamente que tipo de carinho ou massagem a mulher está precisando nessa ou naquela fase do trabalho de parto.
Eventualmente o pai sente-se embaraçado ao demonstrar suas emoções, com medo que isso atrapalhe sua companheira. A doula vai ajudá-lo a confortar a mulher, vai mostrar os melhores pontos de massagem, vai sugerir formas de prestar apoio à mulher na hora da expulsão, já que muitas posições ficam mais confortáveis se houver um suporte físico.
O que a doula não faz?
A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.
Vantagens
As pesquisas têm mostrado que a atuação da doula no parto pode:
diminuir em 50% as taxas de cesárea
diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
diminuir em 60% os pedidos de anestesia
diminuir em 40% o uso da oxitocina
diminuir em 40% o uso de forceps.

Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados. 




Ana Cris Duarte
doulas.com.br

GRAVIDEZ E PARTO

 
 
Desde o início dos tempos, a mulher é vista como sagrada, por ter o dom de dar à luz um novo ser humano. Hoje, apesar de a maioria das mulheres ter se distanciado da sua natureza, é comum as mulheres pagãs retomarem essa ligação, e a maternidade é um momento onde todos os sentimentos – inclusive essa ligação – ficam à flor da pele.
O ato de dar à luz ainda é considerado sagrado. Não deve ser visto como um momento de sofrimento e ansiedade. Você, que está grávida, veja seu corpo como uma dádiva da natureza. O fato de ser fértil e capaz de gerar uma vida dentro de você deve ser visto como algo maravilhoso, porque realmente é. E, por maior que seja a participação do pai da criança, a gravidez até o parto é uma transformação da mulher.
Desse ponto de vista, é chocante pensarmos em como hoje são as práticas obstetrícias: a imobilização forçada da gestante, a indução do parto, o uso de drogas que tiram a consciência da mãe, as intervenções cirúrgicas planejadas antecipadamente sem necessidade, além do tratamento frio dado à mãe e ao recém-nascido.
Existe o consenso de que só uma mulher que pariu pode compreender e apoiar o sofrimento de outra mulher. Atualmente, há o resgate da prática de doulas (A palavra "doula" vem do grego "mulher que serve". Nos dias de hoje, aplica-se às mulheres que dão suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto),  ainda que não seja algo difundido comumente.
O Cristianismo transformou o ato de dar à luz em algo impuro, e que a mulher deveria sofrer pois estava pagando pelos seus pecados. O que era visto como sagrado, passou a ser visto como parâmetro para dor: “aquilo doeu mais do que a dor do parto” ou “não existe dor pior que a dor do parto” – conceitos que ficaram na mente de todas as mulheres e transformaram o momento do parto em algo temido e indesejado. O batismo servia para “purificar” aquele bebê. Dentro das crenças pagãs, sabemos como isso tudo é absurdo.
É necessário que as mulheres pagãs conheçam mais sobre a história da maternidade e reivindiquem seus direitos – resgatem rituais para reconsagrar seu corpo e sua alma.
Fundamental é ter em mente que uma concepção consciente implica sexo consciente. Não faz parte do respeito aos nossos corpos induzir uma gravidez sem que você e seu parceiro estejam de acordo. Também não é respeitoso com ele, muito menos com o seu bebê.
“A criança entra no mundo e a mãe alcança um novo nível de consciência; nenhum dos dois será o mesmo de antes” – Isabel Allende.
Dar à luz é como um ritual de iniciação. Não deixa de ser um importante rito de passagem: a futura mãe desce ao mundo das sombras (e da dor), entrega-se à morte (do seu eu anterior), nascimento (da criança) e renascimento (de si mesma como mãe).
O milagre do nascimento de um novo ser. A energia luminosa que transpira do corpo da mulher. O instinto materno. Tudo isso junto e chegando ao mesmo tempo para uma só pessoa: a nova mãe. Ela foi iniciada. Não é mais como as mulheres que não são mães. Apesar de todas as dores que ela sentiu, ela passaria por tudo novamente, por ter esta como a mais intensa e comovente vivência em sua vida.
Tirando os casos onde se faz realmente necessária, a cirurgia cesariana muitas vezes vence pelo comodismo urbano, pelo afastamento da mulher da natureza, pela conveniência e pelas facilidades tecnológicas.
Impede-se desta maneira artificial a metamorfose natural da mulher em mãe, que deixa de experimentar o estágio da dilatação como a entrega total, sem reservas, dissolvendo-se na dor até descer profundamente no próprio ventre da Terra, de onde precisa voltar juntando todas as suas forças para o trabalho final e árduo de empurrar a criança e alcançar o clímax orgásmico da vitória final” – Mirella Faür.
Dentro do possível, a mulher deve manter sua consciência e participação ativa no parto, para depois manter o contato físico com o bebê, acariciá-lo, sussurrar-lhe palavras carinhosas e dar-lhe o peito pela primeira vez.
Para uma mulher pagã, é inconcebível a ideia de “optar” por uma cesariana simplesmente porque “não quer sentir dor”. Para quem tem condições financeiras, há diversas casas de parto e doulas que fazem parto domiciliar. De qualquer forma, há o resgate do parto natural, e se você tiver condições de fazer isso, sem complicações na gravidez, por favor, faça – por você e pelo seu bebê. O parto é uma cerimônia sagrada de iniciação e transformação. Não deixe passar batido.



segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O QUE OS HOMENS QUEREM, MULHERES PERFEITAS?



Por Alex Alprim
   
 Uma amiga reclamou, dizendo que os homens desejam uma mulher multiuso e que ainda esteja inteira depois de ter filhos, sem barriguinha – nada de gordura localizada ou estria – bem disposta e saudável, maravilhosas como um robô que acabou de sair da linha de montagem.
Os "homens", entre aspas pois é mesma coisa que eu dizer que todas as mulheres são iguais, um absurdo, toda generalidade carrega em si sua negação. Mas vamos lá: mulher multiuso, para homens multiuso, pois homem de verdade também é multiuso, faz filho e cria, se mata de sol a sol pra dar o melhor para a família, paga as contas, recusa o futebol de sábado pra levar a mulher na sogra – não que ele goste disso, mas faz –, e quando está de mal-humor, diz a ela q não é nada, para não preocupar a mulher com o rombo no cheque especial, afinal nada paga o sorriso que  ela deu quando ganhou aquele presente inesperado.
Quanto a ter estrias, ficar gorda, barriguda, desculpem mas pertenço a uma linha de pensamento que gosta de mulheres normais, sei que as modelos capa de revista são esqueléticas e maravilhosas (fruto de muita computação gráfica e de dietas mirabolantes), mas não são felizes e ainda tem problemas sérios de auto-imagem – afinal quem vai ficar contente comendo uma fatia de torrada por dia!?! –, por isso prefiro as reais.
Porém, quando  uma pessoa por desleixo, por não gostar de si mesma (homem ou mulher), por não se amar – pois nenhum amor de outra pessoa, por maior que seja, pode substituir ou ser melhor que o amor-próprio – deixa de lado a auto-estima e permite que seu corpo se deteriore, deve sinceramente repensar a vida que leva.
Pois quando  isso acontece, é uma mensagem da nossa mente e do corpo de que a vida que levamos não está boa o suficiente, o corpo é o 1º templo e nele que habitamos, como podemos deixá-lo sem cuidado (?). Não é enchê-lo de alguns litros de silicone, mas cuidar para que esteja limpo e bem cuidado, nada de pensar aqui no corpo de Barbie, estou falando de pessoas reais, de mulheres reais, com vidas de verdade, sem viagens de mídia ou de corpo esculpidos em granito e mármore, mas sim de mulheres q atraem homens pelo que são por dentro e por fora.
Dessa forma, se você  se sente mal, se perdeu a mão e ganhou uns quilinhos –  de verdade: 20 quilos acima do peso normal; não aquela história de "5 quilinhos" que  via de regra é neura e não algo real – é por que talvez não se ame mais. Mude sua vida, as pessoas com as quais tem contato e os homens que tem atraído para sua vida, mude tudo. E se por acaso esse aumento foi resultado de problemas de saúde, cuide-se, não por conta de fatores estéticos, mas por uma questão de saúde pessoal, afinal, você tem que se amar.
E antes que venham as pedradas, já namorei, fiquei e tive amizades coloridas com mulheres que estão muito longe do que é o padrão da mídia e posso dizer de todas elas, eram lindas por dentro e por fora, uma beleza real – que emanavam por serem as mulheres fantásticas que são –, por isso tenho imenso carinho por todas, não só as amei, mas ainda as amo por tê-las em minha vida.
Se você quer ser linda, tem que aprender a se deixar admirar pela pessoa que a ama e se amar também, dessa maneira você encontrará pessoas fantásticas e àquelas que não conseguem ver isso, essas você deixa pela vida, para viverem sós, na superfície, deixando a beleza da profundidade para os que sabem admirar.
  

texto retirado do site :www.revistasextosentido.net

AMAMENTAÇÃO





Amamentação Um ato de amor

Todos conhecemos as virtudes do leite materno. Mas o que poucos sabem é que além de proporcionar defesas para o organismo infantil, a amamentação também outorga “imunidade afetiva”.

A amamentação cria um vínculo de maravilhosas possibilidades entre a mãe e o filho, uma relação de amor, de enriquecimento mútuo, porque é um canal de diálogo entre ambos. Primeiro, o vínculo será mamã-bebé, logo mamã-bebé-papá e demais membros da família, e assim se irão produzindo as marcas vinculares que se sucedem ao longo de toda a vida. A palavra vínculo encerra, então, a história da vida de uma pessoa em relação aos demais.

Os primeiros vínculos
As primeiras experiências vinculares – gestação e infância – deixam marcas que se projectam na vida de cada um com uma força singular. Cada ser humano leva em si uma sucessão de experiências vividas intensamente desde a concepção. Falar de vínculo como algo que começa no nascimento seria negar as riquíssimas experiências prévias da mãe e do filho durante a gestação. Quando a mulher tem um filho ele já a conhece, porque esteve a viver no seu interior. Então, reconhece o seu cheiro, os seus ruídos, as batidas do seu coração, o seu calor.
Do cordão umbilical ao peito
Antes de nascer, o bebé alimentava-se através do cordão umbilical, no momento preciso, com a medida de que necessitava, e não era necessário pedir à mamã porque recebia o que necessitava. Acontece o mesmo na amamentação. O peito é o cordão umbilical externo, porque através do peito a mãe responde da mesma maneira. Ela sente e regista com muita facilidade, por isso é natural que saiba o que o seu bebé necessita. Falar de relação vincular a partir da amamentação não significa estabelecer comparações, ou seja que é melhor ou pior, nem muito menos criar culpas naquelas mamãe que, por diversas razões, não podem amamentar o seu filho. Pelo contrário, trata-se de referir as características positivas que suportam a amamentação. E é muito tranquilizante e estimulante pensar que o ser humano é livre e pode sempre “aperceber-se” e modificar ou reparar as suas condutas.
Imunidade emocional
Em princípio, se passamos revista aos componentes bioquímicos e imunológicos do leite materno, não podemos fazer menos do que nos maravilharmos perante os benefícios que aportam o bebé. Diz-se, por exemplo, que o leite da primeira etapa (o colostro) é “ouro líquido”, porque provêm defesas contra todas as doenças infecto-contagiosas. O leite materno, portanto, tem virtudes imunológicas. Mas há outros componentes que vão mais além da composição do leite e que enchem as necessidades mútuas de alimento afectivo e comunicação. A amamentação confere também “imunidade emocional”, precisamente pela importância desse vínculo que se cria desde que nasce. Porque não pensar, então, que dar de mamar é imunizar o bebé contra todas as doenças emocionais que o ser humano sofre quando não teve uma segurança emocional e afectiva desde o princípio?
A criação não tem relógio
A amamentação é dar e receber: o bebé recebe muitíssimas coisas, mas a mamã também. A mãe que amamenta vê reconfirmada a sua capacidade de continuar a dar vida através do alimento que o seu corpo produz. A relação amorosa que se dá com a amamentação é muito gratificante para ambos. O bebé estimula a sua mamã, e outro tanto acontece com a estimulação sensorial, afectiva e psicomotora que a mãe provêm ao bebé quando o amamenta. Por outro lado, a experiência amorosa implícita é tão gratificante que a mãe modifica sem um esforço maior a sua necessidade de tempo pessoal para dar um lugar especial às necessidades do seu filho, porque ela sente-se satisfeita de poder satisfazê-lo. A criação “não tem relógio”. A amamentação é de livre demanda: o bebé pede e a sua mamã dá. Dar a um bebé o que ele necessita não é criar mal, mas sim abastecer as suas necessidades e carências.
Da dependência à independência
Particularmente no primeiro ano de vida, o bebé tem uma necessidade intensa de estar com a sua mãe, tão básica como a necessidade de alimento. E a única comida é o leite materno, até que o bebé evidencie sinais de precisar de outros alimentos. O recomendável é dar-lhe esse primeiro alimento sólido quando a criança for capaz de se sentar e enfrentar sozinho o prato. É inútil tentá-lo antes pretendendo acelerar processos, já que ele não está preparado fisiologicamente nem mentalmente, e é importante respeitar os seus tempos. Pouco a pouco, essa dependência da mamã irá convertendo-se numa independência cada vez mais forte. Porque as crianças amamentadas são, inclusive, crianças que se conectam melhor com os demais, de um modo não agressivo, pois foram educados no amor.
Uma tarefa maravilhosa
Uma sugestão final: não há que esquecer a prevenção. Se a mulher consultar um especialista desde a gravidez, receberá a ajuda necessária para que ao chegar ao momento, possa amamentar com êxito. É importante informar-se e apreender conhecimentos que facilitem o “trabalho”. Porque se trata, definitivamente, de uma “tarefa” maravilhosa: dar e receber amor.
O peito é o cordão umbilical externo. Através do peito, a mãe satisfaz as necessidades do seu filho, da mesma forma que o fazia durante a gestação.
















sábado, 4 de dezembro de 2010

O AMOR É UM ÔNIBUS LOTADO- Texto de Daniel Frazão


Muita gente se apaixona. Muita gente ama, é o que diz qualquer programa vagabundo na tv. Muita gente espera sozinha, ansiosa, na porta do colégio, até tocar a sineta... e depois perde a hora do almoço. Muita gente senta no meio-fio, sentindo o estômago revirar por dentro. E muita gente ensaia palavras; as escreve num papel e decora ao longo da tarde, antes de pegar no telefone. Não sei, pra mim isso me lembra uma multidão sufocada. Então agora vou falar para essas pessoas. Vou cantar um blues.
O amor é como um ônibus lotado. Você espera e espera, debaixo do sol da tarde, enquanto os carros passam pela estrada na direção de qualquer lugar. Você não é o único. Outros esperam com você. Esperam pelo amor, pelo ônibus lotado, para saltar no ponto errado. Apenas um bando de pobres coitados com os rostos murchos de tanto esperar. E ele chega, ele sempre chega, o amor, esse ônibus enferrujado soltando fumaça preta pelo carburador... chega atrasado.Você é o último da fila; conta os trocados e se espreme na multidão suada que luta para sobreviver, que quer apenas chegar ao seu destino e saltar em algum lugar que possa chamar de lar. Todos gritam e dividem o mesmo ar abafado. Estão sufocados pela mesma agonia, mas não podem fazer nada. Não podem sequer abrir as janelas. Não há nenhum assento vazio, nenhum lugar onde possam sentar. Você vai ter que se agüentar em pé, xará, e rezar para que a viagem não seja longa. Rezar para que a viagem não seja para algum lugar nenhum. Mas todas as viagens são longas quando estamos num ônibus lotado.Lá fora cai uma chuva torrencial, uma chuva que inunda a cidade, e você se pergunta se ela não seria melhor do que o inferno quente e abafado que te engole vivo. Não, não seria melhor. Ao menos o seu inferno é um inferno em movimento. Um ônibus lotado; repleto de passageiros caindo por cima de você como uvas podres e respirando diante do seu nariz, com o hálito seco dos miseráveis. Enfim, pessoas como você, que se agüentam em pé, esperando por um lugar vago.Você olha pra trás e enxerga a cidade que se torna menor, que desaparece no fundo do horizonte.
Agora você está sozinho, sozinho nessa multidão de solitários, rumo a qualquer lugar. Tudo é estrada. E por um momento você desconfia de ter entrado no ônibus errado. Talvez ele não pare no seu ponto, talvez continue andando para todo o sempre, buscando pessoas cansadas em pontos vazios. Talvez o amor não tenha destino certo. E talvez ele não se importe com a chuva que desaba sobre a cidade.É isso o que penso quando falam de amor. Ou melhor, talvez não, mas é o que estou pensando agora, enquanto me seguro nesse ônibus lotado que vai ao centro da cidade. Igualzinho ao amor, foi o que pensei. Igualzinho a isso que todos esperam em seus pontos desertos, ao longo da tarde, segurando sacolas que marcam suas mãos e limpando o suor com a manga da camisa.E não sei por que escrevi sobre um tema tão manjado. Detesto temas manjados, e não gosto de parecer meloso. Mas acho que dessa vez fui meloso.Então é isso. Esse foi o meu blues.
Meu amigo, o amor é uma viagem lotada, lotada de gente igual a você, gente cansada que não quer esperar muito. Uma multidão em pé, compartilhando ilusões e esperanças, roçando o suor numa nojenta agonia. Você olha pra frente e encontra uma cadeira vaga; agora é a sua vez, pode comemorar. É, o amor é exatamente como um ônibus lotado. Quando finalmente você consegue uma cadeira, é obrigado a ceder o lugar para alguém mais velho, mais doente e mais cansado que você.

(Daniel Frazão é filho da bruxa, anarcofeminista e maravilhosa Márcia Frazão)
OBRIGADA MÁRCIA POR PERMITIR QUE EU POSTASSE ESSE LINDO TEXTO

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CULTIVANDO O PRANA

 
Cultivando Prana

Por Robert E. Svoboda
Traduzido por: Aline C. Vale*

Seja você quem for e onde quer que viva, você vive a vida bem quando vive no ritmo correto. Force seus caminhos pela vida e a vida irá desgastá-lo; demore muito para caminhar e sua vida irá paralisar.

Encontre seu ritmo adequado, e caminhe conforme este, e a sua existência irá naturalmente elevar um caminho para você.

A vida requer de cada um de nós uma caminhada prudente, um passo que faça cada partícula de nosso ser ressoar harmonicamente. Alguns de nós seguimos esta caminhada com muito esforço, e alguns poucos entre nós já são nascidos prontos para deslanchar. Mas muitos de nós caminhamos em falso como se tivéssemos dois pés esquerdos, tentando em vão intelectualizar a caminhada pela vida, quando tudo que a vida nos pede é que deixemos que nosso prana faça nossa jornada por nós.

Prana é a energia que impulsiona a vida, o poder que anima o corpo, que reaviva a mente, que estimula a alma. Prana é a inspiração, a base e a tenacidade da vida, é a mão firme que guia o leme da vida, a voz sábia do conselho correto, o chamado para a saúde e harmonia que anseia em tornar nossos corpos em porto-seguros, onde poderemos tomar refúgio das tempestades e agitações do mundo moderno. O prana está em trabalho a todo instante, em todas as células de todo organismo vivo, procurando sempre nos liberar das doenças e nos afirmar na saúde – mas é somente naquelas poucas pessoas que são geneticamente destinadas a serem saudáveis, que o prana regularizar-se naturalmente. O restante de nós deve aprender como cultivar o prana.

Pranayama, o “controle” ou “normalização” do prana, é o princípio central das muitas vertentes da yoga oriundas da antiga Índia. O bom gerenciamento do prana é essencial para aqueles que procuram seguir o caminho da Yoga Ashtanga – a yoga dos "oito-ramos" de desenvolvimento pessoal, sistematizada pelo antigo profeta Patanjali. Patanjali ensinou que “yoga é o controle das inconstâncias da mente” (yogas chitta vritti nirodhah), procurada para controlar essas inconstâncias através do controle da respiração, o qual quando praticado corretamente, promove o prana admiravelmente. Infelizmente, desde a época de Patanjali, muitos estudantes e professors de yoga têm correlacionado, de forma descuidada, o pranayama com períodos extra-longos e forçados de segurar a respiração, o que na verdade pode danificar o corpo.

O pranayama sábio começa com observação. Quando você movimenta seu corpo, com que freqüência se questiona o que ocasiona o corpo a se mover? Quando você se exercita, você exercita seus músculos somente ou também a força que os impulsiona? Você se limita somente à postura física quando pratica uma asana, ou você a pratica em nível energético também? Um bom primeiro passo para administrar o prana eficientemente é estar atento à sua postura energética, como são seus hábitos de preservar e utilizar sua energia.

Entenda sua relação natural com o prana e ganhará conhecimento sobre qual método de promoção de prana trabalhará de forma mais eficiente e prática para você. A manipulação correta do prana é metódica, e os rishis, sábios da Índia que dedicaram grande parte de suas vidas examinando as muitas facetas do paradox que é a vida, propuseram uma variedade de métodos que estimulam o prana a seguir um ritmo equilibrado. Eles recomendaram que no início, usemos os princípios do Ayurveda, a ciência da vida da Índia, para balancear vata, pitta e kapha, os três princípios de energia dos seres em corpo físicos / encarnados. Esses Três Doshas, quando fora de balanço e em conflito entre si mesmos, provocam o aparecimento de doenças, e quando ensinados a como cooperar entre si, trabalham auxiliando o organismo. Quando os Três Doshas esforçam-se a um estado de amizade e harmonia, eles servem para fortalecer o agni, ou tejas, o fogo da transformação que nos permite alimentar e nutrir a nós mesmos. Um fogo digestivo potente digere habilmente o prana que consumimos através de nossa respiração e através de nossa comida, e um agni e prana potentes facilitam o desenvolvimento de ojas, o puro “suco” que faz viver valer à pena, unificando corpo, mente e espírito e nutrindo a imunidade das doenças.

Tejas e Ojas fortes em um corpo fornecem ao prana, um bom assento (asana) onde se estabelecer. Um prana bem instalado nos fornece a claridade intuitiva que precisamos para realizar todas nossas ações precisamente, corretamente, com propósito, determinação e entusiasmo. Tal corpo se movimenta não por obrigação mas pela alegria do movimento, que é a natureza do prana. Um prana bem instalado aumenta de forma imensurável nossa habilidade de realizar qualquer postura de yoga (asana). O prana tornando-se cuidadosamente estável através da prática de asanas, afirma o corpo em boa forma para a prática do pranayama, o que pode promover o controle dos sentidos e da mente. Respiração, prana e mente são mutuamente e inseparavelmente relacionados; cultivando bem um deles, os outros dois irão manter-se em ordem. Enquanto muitos yoguis praticam exercícios de respiração para desenvolver prana e mente, outros praticam meditação para normalizar a respiração e o prana. Alguns praticam Svara Yoga, controle do prana e da mente, através de canção, e alguns alinham respiração, prana e mente através de inabalável devoção ao Divino.

Podemos dizer que Devoção é um método supremo para controlar o prana, assim como a fé é a solução suprema para a doença. Uma fé poderosa pode transformar qualquer placebo em uma medicina eficaz, assim como certamente, a dúvida pode tornar ineficaz o mais potente dos remédios. Enquanto a devoção implícita à Realidade na prática de yoga pode compensar possíveis desalinhamentos, não há nível de habilidade técnica em asanas o suficiente, que irá conter as inconstâncias da mente, quando a mente está atormentada pela dúvida. Devote-se a compreender e promover seu prana, e cada um de seus capilares (nota do tradutor: cada uma de suas células) irá em breve expandir-se em pura alegria e vitalidade. Aprenda a ritmar seu prana, e então seu corpo e mente irão automaticamente entrar em balanço. Dedique sua prática de yoga para facilitar e reforçar o fluir do prana pelo seu ser, e gradualmente seu prana passará a direcionar sua prática de yoga. Trate o prana com o devido respeito, e você se encontrará exatamente no centro do fluir da vida.






Copyright © 2000
Robert Edwin Svoboda

Dr. Robert E. Svoboda (Ayurvedacharya) B.A.M.S. (USA
) -
Formado em Medicina Ayurveda e Cirurgia, na Universidade de Pune em 1980, recebeu assim o titulo de Ayurvedacharya (B.M.A.S.). É o primeiro Ocidental a se formar em uma faculdade de ayurveda (1980) e assim ser licenciado para a prática do ayurveda na Índia. Viveu na Índia de 1973-80 e 1982-86. Neste tempo teve contato permanente com o seu mentor Vimalananda Aghori que o tutelou em ayurveda, yoga, jyotish (astrologia), tantra e outras disciplinas. Em junho de 1973 foi o primeiro membro branco a ser iniciado na tribo Pokot no norte do Quénia. De 1975-80 venceu todos os prêmios de excelência acadêmica em ayurveda na Universidade de Pune incluindo o premio Ram Narayan Sharma. Desde 1985 viaja o mundo realizando palestras, ministrando consultoria ensinando e escrevendo. Faz parte do corpo docente como professor adjunto do Instituto do Dr. Vasant Lad, no Novo México e da Universidade Bastyr, Kenmore, WA.  Autor dos livros: The Hidden Secret of Ayurveda (1980), Prakriti: Your Ayurvedic Constitution (1988), Ayurveda: Life, Health and Longevity (1992), Tao e Dharma Tao and Dharma (com co-autor Arnie Lade) (1995) este com edição em português e Ayurveda para Mulheres, Ayurveda for Women (1999). É autor de diversos outros livros sobre hinduismo, tantra, astrologia etc. Dr. Robert Svoboda é sem sombra de dúvida a maior autoridade ocidental do ayurveda. http://www.drsvoboda.com


Aline C. Vale*
Tradutora do texto, é aluna de Ayurveda no Instituto Naradeva Shala, turma 2010. 

ATENÇÃO:
Gostou do artigo, quer divulgar em seu blog ou site, por favor, faça isso de forma correta e divulgue o nome completo do autor como está no artigo, o tradutor e o site do autor e de onde retirou. Muito obrigado

ORAÇÃO DO PERDÃO

– As lágrimas que me fizeram verter, eu perdoo.
As dores e as decepções, eu perdoo.
As traições e mentiras, eu perdoo.
As calúnias e as intrigas, eu perdoo.
O ódio e a perseguição, eu perdoo.
Os golpes que me feriram, eu perdoo.
Os sonhos destruídos, eu perdoo.
As esperanças mortas, eu perdoo.
O desamor e o ciúme, eu perdoo.
A indiferença e a má vontade, eu perdoo.
A injustiça em nome da justiça, eu perdoo.
A cólera e os maus-tratos, eu perdoo.
A negligência e o esquecimento, eu perdoo.
O mundo, com todo o seu mal, eu perdoo.
Serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor,
De doar mesmo que despossuída de tudo,
De trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos os impedimentos,
De estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono,
De secar lágrimas ainda que aos prantos,
De acreditar mesmo que desacreditada.