quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SOBRE MAGIA!

Acredite: cada vez que você resolve efetivamente um problema, sua capacidade multiplica-se e você torna-se naturalmente um bom "resolvedor" de problemas alheios similares. Já percebeu isso? Ainda não? Então repare como a maioria das pessoas é boa em resolver problema alheio.

O problema dos outros é sempre muito mais fácil de ser resolvido! Sabe por quê? Por que você já tem em seu íntimo as fontes geradoras que lhe auxiliarão a resolver de forma natural a adversidade que se apresenta.

Se você não consegue resolver um problema (seu) é simples: você ainda não assimilou as fontes geradoras internas necessárias para que não mais passe por isso.

Logo, o problema persiste em se apresentar de tempos em tempos, a todo instante, diariamente ou periodicamente. Essa perseverança em apresentar-se repedidamente para você (o problema), é a última instância que o universo utiliza para ensiná-lo: pela adversidade.

Antes de um problema apresentar-se na sua forma mais contumaz ele apresenta-se de forma comedida três vezes. Preste atenção que começará a ver isso... Reflita: o problema que atualmente lhe incomoda já não se apresentou para você de outras formas no passado, mas de formas mais sutis? O que você fez? Fugiu dele? Curiosamente, ele não voltou à carga novamente de forma mais incisiva? Novamente, novamente e novamente cada vez mais forte e obstinado?

Isso é o que chamamos em Magia de negativo-latente-consciente. Nome "chique" para uma entidade efetivamente "consciente" (por falta de palavra melhor), que persiste em incomodá-lo justamente naquilo que você mais preza: sua zona de conforto. Esta consciência (nos seres conscientes) chama-se "mental".

Existe um ditado que diz “Um problema aceito já está 50% resolvido”. Pois bem, eis aí o primeiro passo para a boa resolução de problemas, aceitá-lo.

Os cinco pontos principais quando pretendemos resolver (pretensão mesmo) um problema através de Magia, são respectivamente:
  • Captação da necessidade "incubada" representada pelo problema;
  • Análise do contexto (inspiração e conexão maior);
  • Identificação de funções que possam acomodar a resolução do problema;
  • Coleta e organização dos recursos disponíveis para sanar o problema através de Magia; e
  • Enfrentar o problema! (evocações e ordens).
Acredito que muitos de nós Bruxas (se não todos,) já batemos de frente com aquela situação em que olhamos e simplesmente pensamos: “Por onde é que vou começar...” Pessoas cheias de problemas, idéias pré-concebidas sobre as causas desses problemas e assim ficamos cada vez mais com a cabeça dando voltas e voltas tentando achar um ponto de partida.

Suas ferramentas

A maioria das pessoas, de forma obstinada e em desespero, enfrenta de forma despreparada seus problemas aguardando que o universo (Deus?) o salvará nesse momento.

Não tenha dúvidas, o universo não o salvará, mas o ajudará.

Como diz um grande autor: o universo sempre conspira a seu favor. Por quê? Por que você tem suficiente bagagem para enfrentar esse problema, porque não usou?

Para as Bruxas essas ferramentas traduzem-se em capacitação, iniciação, mentalização, reflexão, entre muitas outras que lhe foram concedidas na medida exata de sua evolução.

Mas a maioria prefere socorrer-se com alguém e aí vale outra Lei Cósmica: "ninguém poderá resolver um problema que não é seu".

Assim, o máximo que você Bruxa pode fazer pelo seu semelhante (ou por você) é trabalhar com vertentes subjetivas, porém fundamentais: determinação, foco, ordens e obstinação. Mas, cabem a você (ou a pessoa auxiliada) as responsabilidades concretas: entendimento, seriedade, resignação e principalmente coragem consciente para alterar a realidade. Aliás, essa é a definição de Magia: alteração da realidade com base na determinação e não na ilusão (mágica).

Que tal usar lápis e papel?

Quando o problema se apresenta (a você ou mesmo quando chega uma pessoa necessitada) não muito raro, somos surpreendidos por uma situação emergente e complexa. Tudo parece "explodir" desesperadamente a nossa frente procurando chamar nossa atenção, seja para a resolução concreta do problema, seja para alertar-nos de algum "novo" problema.

Então, uma dica é: sempre que possível, antes de abrir trabalhos de Magia analise a situação e tente pontuar em uma folha de papel o cenário ideal de trabalho.

NUNCA se esqueça das reais finalidades da Magia: re-equilibrar a Criação Divina onde ela se apresente desordenada, e ponto final.

Nesse sentido, sua atuação será apenas de re-equilibrador de processos e situações reordenando os rumos da Criação para retornarem aos seus eixos, nada de mágico (ilusionismo) certo?

Questione todos os aspectos percebidos que envolvem o problema e procure entender (na medida do possível) aonde ele (o problema) quer realmente “chegar”:
  • Todo problema quer ser resolvido: além de ser uma definição matemática é um princípio divino. A adversidade como apontado acima é o recurso último da Criação para a evolução dos seres.
  • Todo problema é “ambicioso” por definição: sempre se apresenta com complexidade maior do que realmente é.
  • Problema não tem paciência: situações problemáticas tem natureza “imediatista” o que, aliás, é muito natural. Do contrário a natureza humana protelaria ao infinito sua resolução.
  • Todo problema têm segundas intenções: é muito importante para a Bruxa analisar e descobrir o que de fato a adversidade representa. Por traz de todo problema existe um mar de situações novas.
  • Problemas omitem oportunidades: uma análise mais aprofundada do problema SEMPRE realça oportunidades de crescimento para os envolvidos. Procure e verá.
A partir destes aspectos, pode-se então ir mais a fundo e alcançar a essência do problema. Não basta “querer enxergar” o problema como todo mundo diz. Para buscar resolvê-lo é preciso racionalizar sua grandeza, e este é um dos grandes desafios nos processos de Magia.

Muitos Magos aceitam como verdadeiro que sua participação nos trabalhos de Magia é totalmente passiva. O que de fato o é pois quem poderes são os Mistérios evocados e não a ferramenta (a bruxa).

Todavia, não é razoável acreditar que a quantidade de processos de re-ordenamento (Magia) apresentados diariamente para a Bruxa,  objetive apenas sua participação como ativador passivo dos Mistérios.

Penso que todas essas situações são aprendizados integrais inclusive para a Bruxa. Através do trabalho magístico e permanente com as Hierarquias Divinas ativando-as, a Bruxa capacita-se inclusive para que, na linha do tempo, seja também um manifestador direto e criterioso desses mesmos Mistérios sem a necessidade de participação permanente dos Mestres e Hierarquias evocados.

Todo trabalho de Magia é, portanto: vasto, amplo e direcionado ao maior número de seres possíveis e nesses inclui-se a própria Bruxa!

Muito bem, uma vez que o problema e as necessidades foram identificados, podemos então passar para o passo seguinte.

Análise da situação (inspiração e conexão maior)

Este é o passo em que realmente inicia-se o processo de resolução através de Magia.

Novamente a dica aqui é deixar o foco do problema (seu ou da pessoa atendida) e continuar com lápis e o papel em mãos. Anote tudo o que vier em sua cabeça, da idéia mais louca a mais simples, da solução mais genial a que se julgue mais boba. Este processo de 'materializar' as idéias ajuda o cérebro a descongestionar, permitindo assim que não haja um bloqueio de idéias. Aproveite este momento para "viajar", atingir o máximo em sua conexão, mesmo que a necessidade e os recursos não permitam isso.

Após a definição do caminho a ser seguido, podemos dizer que já estamos com 50% resolvido. Consciente do que será necessário para resolver o problema, é hora de buscar os materiais e recursos organizando-os. Se você é realmente um iniciado em Magia sabe o que estou falando.

A organização é muito importante para a Bruxa. Ela reduz o tempo do trabalho magístico. Forma, recursos, tempo, disponibilidade, apoio, etc. Tudo, menos novas práticas de Magia, certo? Não confunda essa humilde metodologia de trabalho com processos invocatórios de Magia ou novas formas “criativas” de praticá-la.

Se tiver novas intuições e forem factíveis (materialmente falando), faça-as.

Então, antes de iniciar o trabalho, defina uma ordem para eles: "Essas linhas aqui, materiais ali e aqueles “termos” acolá...". E após este processo de organização, é hora de iniciar os trabalhos.

Esta etapa é absolutamente pessoal, pois vai de cada um utilizar a iniciação adquirida que mais lhe agrade ou que lhe foi intuída. Isto é muito importante: NUNCA abdique de suas intuições. Bruxas verdadeiras sabem o que estou falando.

Pode parecer óbvio, mas independente do tamanho, um problema mal resolvido gera múltiplos problemas. Sim, hipoteticamente, problemas podem ser comparados com seres unicelulares que tem capacidade de auto-reprodução. Essa é minha experiência, certo? Então paciência e dedicação são elementos fundamentais para um bom trabalho de Magia.

Em Magia, mais é sempre mais: se puder resolver todo o problema de forma definitiva resolva-o, mas de forma satisfatória para todos. Os limites (se existem) são seus e dos consulentes. Nunca dos Mistérios envolvidos, certo?

Lembre-se: todo problema tem solução: se não tem solução (matematicamente) não é problema... Ou, não é um problema seu!

Daí em diante é com você, sua outorga iniciática e capacidade mental.

Concluindo...

Este é um singelo artigo que tem como objetivo apenas apresentar um modelo procedural que facilite a prática da Magia para aqueles, que assim como eu, ainda estão na senda evolutiva com muitas limitações.

Este artigo NÃO tem a pretensão de estabelecer novos paradigmas para a bruxaria ou de qualquer outra escola iniciática.

Também não pense você que por utilizar esta metodologia magística não tenho problemas. Muito pelo contrário... Mas os problemas passaram a me incomodar menos depois que comecei a pensar e agir dessa forma. Alguns já foram até resolvidos, outros estão encaminhados e ainda outros novos tem surgido...

Vai de você utilizar-se do que lhe foi concedido.

Mas não esqueça da máxima de Paulo de Tarso: tudo lhe é lícito, mas nem tudo lhe convém!

Abençoadas sejam sempre

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